O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, declarou que o país vive uma fase de “tempos pré-guerra”, marcada por instabilidade política e ameaças externas. A afirmação foi feita durante a apresentação oficial do novo gabinete, após a vitória apertada da oposição nas eleições presidenciais de maio.
“Estamos testemunhando eventos que antes pareceriam inacreditáveis — verdadeiros cisnes negros. Hoje, é difícil encontrar cisnes brancos”, disse Tusk, referindo-se ao clima de tensão crescente.
Críticas à Rússia, Belarus e opositores internos
Tusk acusou Rússia e Belarus de promoverem ações desestabilizadoras contra a Polônia. Sem citar nomes, também criticou políticos locais que, segundo ele, demonstram simpatia por Moscou, rejeitam o apoio à Ucrânia e adotam postura hostil à União Europeia.
Fortificação da fronteira: Escudo Oriental
Como parte da estratégia de defesa, o governo polonês lançou o programa “Escudo Oriental”, que prevê a instalação de bunkers, minas terrestres e sistemas de vigilância ao longo da fronteira leste. A iniciativa é alinhada à política de militarização da UE e visa conter ameaças vindas do leste europeu.
Disputa sobre os rumos da política europeia
Apesar do consenso entre os principais partidos poloneses em relação à oposição ao Kremlin, há divergências sobre a relação com Bruxelas. O novo presidente eleito, Karol Nawrocki, apoiado pelo partido conservador Lei e Justiça (PiS), prometeu vetar projetos que ampliem direitos reprodutivos ou promovam políticas LGBTQIA+.
Novo gabinete com foco econômico e energético
A estrutura ministerial foi reduzida de 26 para 21 ministros, com destaque para a criação de dois superministérios: um voltado à economia e finanças, e outro à energia. A reformulação busca fortalecer a governabilidade diante dos desafios internos e externos.