O preço do café moído no Brasil aumentou 80,2% nos últimos 12 meses, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a maior inflação acumulada do café desde maio de 1995, quando o índice chegou a 85,5%, período que antecedeu a implementação do Plano Real.
Fatores que impulsionaram a alta
Especialistas apontam que diversos fatores contribuíram para o aumento expressivo do preço do café:
- Condições climáticas adversas: O Brasil enfrentou ondas de calor e seca nos últimos anos, afetando diretamente a produção do grão. O estresse térmico fez com que as plantas abortassem os frutos, reduzindo a oferta.
- Queda na produção global: Além do Brasil, outros grandes produtores, como o Vietnã, também sofreram perdas significativas devido a problemas climáticos.
- Aumento dos custos logísticos: As guerras no Oriente Médio encareceram o transporte internacional, elevando o preço dos contêineres usados para exportação.
- Expansão do consumo: O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água. A China, por exemplo, se tornou um dos principais importadores do café brasileiro, saindo da 20ª para a 6ª posição no ranking desde 2023.
Impacto no mercado e perspectivas
A alta dos preços tem beneficiado os produtores, que estão lucrando até 150% a mais com a valorização do grão. No entanto, para os consumidores, o impacto é significativo, com o café ficando 110% mais caro nos últimos quatro anos.
A expectativa é que os preços continuem elevados nos próximos meses, já que a indústria ainda não repassou totalmente os custos da matéria-prima.
Fonte: Redação