O presidente da Rússia, Vladimir Putin, encerrou nesta quarta-feira (3) sua visita oficial de quatro dias à China com uma coletiva de imprensa que repercutiu internacionalmente. Durante o encontro com jornalistas, o líder russo abordou temas centrais como o conflito com a Ucrânia, as relações com a OTAN e a União Europeia, e as perspectivas para futuras negociações de paz.
Um dos pontos mais comentados foi o pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que Putin agendasse um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Embora tenha afirmado estar aberto à possibilidade, Putin classificou o momento atual como desfavorável:
“Nunca descartei esse encontro, mas será que faz sentido? A situação atual parece um caminho para lugar nenhum”.
Putin reiterou a oposição de Moscou à entrada da Ucrânia na OTAN, mas disse não se opor à adesão do país à União Europeia. Segundo ele, a Rússia está disposta a negociar, desde que seus interesses estratégicos sejam respeitados.
“A Ucrânia tem o direito de escolher seu sistema de segurança, mas não às custas da Rússia”.
Referendo e negociações congeladas
O presidente russo também relembrou que, em 2022, a Rússia ofereceu a retirada de tropas do Donbass como parte de um acordo, mas acusou Kiev de ter mudado de posição após a retirada. Ele sugeriu a realização de um referendo sobre as questões territoriais, o que exigiria o fim da lei marcial e a convocação de eleições.
Putin elogiou o negociador russo Vladimir Medinsky e comentou sobre o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, destacando sua atuação nas conversas bilaterais.
Críticas à política externa dos EUA
Ao comentar a política interna americana, Putin criticou o que chamou de “partido da guerra”, acusando setores dos EUA de promover uma agenda belicista que prolonga o conflito.
“Querem que a Ucrânia lute até o último ucraniano”, afirmou.
Apesar das tensões, Putin reforçou que a Rússia permanece aberta ao diálogo, desde que não haja imposições externas que comprometam sua segurança nacional.
“Seguimos dispostos a negociar, respeitando as decisões dos povos e buscando soluções que garantam estabilidade e segurança para todos os envolvidos”.