O presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizou nesta segunda-feira (20) uma visita oficial à região fronteiriça de Kursk, onde inspecionou pessoalmente o canteiro de obras da usina nuclear Kursk-2 e se reuniu com lideranças regionais. As informações são da agência estatal russa TASS, que citou comunicado oficial publicado no site do Kremlin nesta terça-feira (21).
De acordo com o informe, Putin participou de uma série de compromissos durante a viagem de trabalho, incluindo um encontro com voluntários locais e uma reunião com Alexander Khinshtein, que exerce interinamente o cargo de governador da região de Kursk. Khinshtein assumiu recentemente o posto em meio à reorganização administrativa promovida pelo governo federal russo em áreas estratégicas do país.
Na cidade de Kurchatov, localizada nas proximidades da fronteira com a Ucrânia, Putin presidiu uma reunião com chefes municipais, reforçando a atenção do governo central às regiões situadas na linha de frente do conflito em curso com Kiev. A visita ao canteiro da usina Kursk-2 — considerada uma das principais apostas do governo russo para garantir a soberania energética do país — reforça também o compromisso do Kremlin com o desenvolvimento de infraestrutura crítica, mesmo em áreas próximas a zonas de tensão.
A construção da nova usina nuclear substitui gradualmente a antiga instalação de Kursk, que opera com reatores do tipo RBMK, os mesmos usados na usina de Chernobyl. Kursk-2 será equipada com reatores do tipo VVER-TOI, de tecnologia mais moderna e considerada mais segura. Especialistas apontam que o projeto integra a estratégia de modernização do parque nuclear russo e visa ampliar a geração de energia para o setor industrial e as cidades da região ocidental do país.
Durante a visita, embora não tenha sido divulgado um discurso formal, o Kremlin enfatizou que Putin tem dado especial atenção às regiões de fronteira diante dos desafios de segurança impostos pelo conflito com a Ucrânia. O encontro com voluntários também teria simbolizado, segundo a mídia estatal, o reconhecimento do presidente às iniciativas civis de apoio à população local e aos esforços humanitários em curso.
A presença de Putin em Kursk, somada ao esforço contínuo de Moscou para consolidar o controle administrativo e econômico das regiões mais próximas à Ucrânia, ocorre em um momento de crescente pressão internacional sobre o governo russo. Enquanto os países do Ocidente ampliam sanções e fornecimento militar ao governo de Kiev, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem reiterado sua disposição de buscar uma solução negociada para o conflito, embora sem detalhes concretos até o momento.
A usina Kursk-2 está prevista para iniciar operações em etapas a partir dos próximos anos, com expectativa de fornecer energia para milhões de residências e garantir maior estabilidade elétrica em uma das regiões mais sensíveis do território russo. A visita de Putin ao canteiro de obras indica que o governo pretende acompanhar de perto o cronograma de execução do projeto, tratando-o como prioritário em meio ao atual contexto geopolítico.
Fonte: Brasil247
