Putin reforça prioridade da Rússia na tríade nuclear em novo programa de armamentos

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião com membros do governo em 4 de junho de 2025 — Foto: Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (11 de junho) que o novo programa de armamentos do país terá um foco especial na tríade nuclear – que compreende armas lançadas por terra, mar e ar. A declaração foi feita durante uma reunião com autoridades de alto escalão sobre a indústria de defesa, e foi transmitida pela TV estatal.

O anúncio ocorre em meio a novas ameaças nucleares no contexto da guerra na Ucrânia, aumentando as preocupações sobre a escalada do conflito.

A fala de Putin acontece poucos dias após um de seus assessores, Vladimir Medinski, alertar para uma possível guerra nuclear, caso a Ucrânia e países da OTAN tentem retomar territórios ocupados por tropas russas. Medinski chegou a afirmar que, sem uma “paz verdadeira”, o mundo poderia enfrentar um “fim trágico”.

Além disso, o ex-presidente russo e atual responsável pela segurança do Kremlin, Dmitry Medvedev, declarou que há um risco real de uma Terceira Guerra Mundial, citando recentes declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que acusou Putin de “brincar com fogo”.

A Rússia possui o maior número de ogivas nucleares do mundo, segundo a Federação dos Cientistas dos EUA. Esses armamentos são projetados para serem transportados em mísseis, foguetes e projéteis, capazes de atingir alvos estratégicos em diferentes regiões do planeta.

Em 2023, Putin assinou uma lei que revogou a ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares pela Rússia. O acordo, assinado em 1996, proibia todos os testes com armas nucleares, mas agora não se aplica ao país.

Atualmente, além da Rússia, Estados Unidos e China também estão fora desse tratado, elevando a preocupação global sobre o risco de novos testes militares com armamentos nucleares.

A priorização da tríade nuclear no novo programa de armamentos deve aumentar as tensões com a comunidade internacional, especialmente com países da OTAN e da União Europeia, que vêm pressionando Moscou por uma redução na escalada militar.

Analistas alertam que essa postura pode resultar em um novo ciclo de sanções contra a Rússia, além de possíveis retaliações diplomáticas de governos ocidentais.

Com a guerra na Ucrânia se prolongando e o cenário de segurança internacional cada vez mais incerto, o mundo observa atentamente os próximos passos do Kremlin em relação ao desenvolvimento de sua estratégia nuclear.

Fonte: Redação

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