A deputada federal brasileira Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na última terça-feira (29) em Roma, após ser localizada por autoridades italianas. Segundo o embaixador da Itália no Brasil, Renato Mosca, a prisão ocorreu por meio de ação coordenada com a Interpol, negando que tenha sido uma entrega voluntária por parte da parlamentar.
O deputado italiano Angelo Bonelli, da coalizão de esquerda Alleanza Verdi e Sinistra (AVS), foi quem informou à polícia o endereço de Zambelli. Ele já havia cobrado em junho que o governo italiano extraditasse a deputada brasileira, argumentando que a cidadania italiana não deveria servir para evitar o cumprimento de penas impostas por crimes contra instituições democráticas.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos em 2023. Seu nome passou a integrar a lista de procurados da Interpol em junho, permitindo a atuação das autoridades internacionais.
Após a captura, a Justiça italiana tem prazo de 48 horas para decidir sobre a manutenção da prisão e os procedimentos legais a serem seguidos. Diligências sobre o caso vinham sendo feitas há meses, baseadas em informações de diversas fontes.
Bonelli também propôs que a Itália revise as regras sobre cidadania em casos de condenações graves. Em declaração anterior, afirmou que o país corre o risco de se tornar “um paraíso para gente condenada”, caso não restrinja o uso da cidadania como recurso legal para evitar extradições.
