Reformas, resistência e fé: a jornada de Francisco no Vaticano

2 Min de leitura
Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica

A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, marca o fim de um dos pontificados mais desafiadores e ambiciosos da história recente da Igreja Católica. Primeiro papa latino-americano e jesuíta a ocupar o trono de Pedro, Francisco se destacou por tentar modernizar uma instituição milenar, enfrentando resistências internas e uma sociedade em constante transformação.

Desde que assumiu o papado em 2013, Jorge Mario Bergoglio adotou um tom pastoral e próximo, rompendo com o estilo mais formal de seus antecessores. Sua visão de uma “Igreja em saída” o levou a ampliar o diálogo com comunidades marginalizadas, defender o cuidado com o meio ambiente e criticar abertamente o capitalismo desenfreado.

Mas foi ao tentar mexer nas estruturas internas da Igreja que Francisco encontrou os maiores obstáculos. Propôs maior protagonismo das mulheres, buscou acolher fiéis LGBTQ+ e enfrentou com firmeza os escândalos de abuso sexual no clero. Em muitos casos, seus avanços foram vistos como ousados demais por setores conservadores e tímidos por alas mais progressistas.

Apesar de promover mudanças significativas no funcionamento da Cúria Romana, na comunicação institucional e na cultura pastoral da Igreja, Francisco conviveu com a constante tensão entre o desejo de transformação e os limites impostos pela tradição e pela política interna do Vaticano.

Para muitos fiéis e estudiosos, Francisco foi um pontífice que ousou sonhar com uma Igreja mais aberta, justa e próxima das pessoas. Mas seu legado também é marcado pelas reformas que ficaram pelo caminho — e pelo sentimento de que, apesar de ter ido longe, ele poderia ter ido ainda mais.

Fonte: Redação

Compartilhar