A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, publicou nesta semana um relatório contundente que aponta o envolvimento de mais de 60 empresas — incluindo gigantes dos setores de armamentos, tecnologia e construção — no apoio direto ou indireto à ocupação israelense e à ofensiva militar em Gaza, classificada por ela como uma “campanha genocida”.
Principais pontos do relatório:
- O documento, intitulado “Da Economia da Ocupação à Economia do Genocídio”, será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta quinta-feira.
- Albanese afirma que o genocídio em Gaza “continua porque é lucrativo para muitos” e pede responsabilização legal de executivos envolvidos em violações do direito internacional.
- O relatório foi elaborado com base em mais de 200 contribuições de governos, acadêmicos, ONGs e empresas.
Empresas citadas:
Setor | Empresas mencionadas | Alegações principais |
---|---|---|
Armamentos | Lockheed Martin, Leonardo | Fornecimento de armas utilizadas em Gaza |
Construção | Caterpillar Inc., HD Hyundai | Equipamentos usados na demolição de propriedades palestinas |
Tecnologia | Alphabet (Google), Amazon, Microsoft, IBM | Apoio ao aparato de vigilância israelense e infraestrutura digital em Gaza |
Inteligência | Palantir Technologies | Fornecimento de ferramentas de IA para os militares israelenses |
Reações e contexto:
- A missão de Israel em Genebra classificou o relatório como “legalmente infundado e difamatório”.
- Israel nega as acusações de genocídio, alegando direito à autodefesa após o ataque do Hamas em outubro de 2023.
- Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 56 mil pessoas morreram desde o início da guerra.
Impacto e próximos passos:
Embora o Conselho de Direitos Humanos da ONU não tenha poder vinculativo, relatórios como este podem influenciar ações judiciais internacionais e pressões diplomáticas. O documento também amplia um banco de dados anterior da ONU sobre empresas envolvidas em assentamentos ilegais.