O técnico Renato Paiva afirmou que sua saída do comando do Botafogo ocorreu por não aceitar interferências do empresário John Textor na escalação da equipe. A versão do treinador foi relatada nesta segunda-feira (30) ao jornalista André Rizek, do sportv, um dia após a eliminação do clube na Copa do Mundo de Clubes para o Palmeiras.
Paiva teria sido avisado da demissão ainda no domingo (29), na Filadélfia, nos Estados Unidos, onde a delegação alvinegra segue hospedada. Segundo ele, o principal motivo da decisão foi o uso de três volantes na partida contra o Palmeiras, esquema que teria sido alvo de críticas diretas de Textor, que alegou que essa formação não representava o estilo desejado para o time — o chamado “Botafogo Way”.
Outro ponto citado foi a utilização do lateral-esquerdo Cuiabano como atacante. De acordo com Rizek, Textor discordava da mudança de posição porque planeja negociar o jogador futuramente como lateral, o que teria impacto comercial.
Paiva relatou que não houve reunião formal para discutir os motivos da demissão, e negou conflitos internos no elenco. Disse ainda ter sido apenas comunicado da decisão pela diretoria. Ele foi contratado em fevereiro deste ano e ficou menos de cinco meses no cargo.
Além do treinador, deixaram o clube os auxiliares Ricardo Dionísio e Miguel dos Santos, o preparador de goleiros Rui Tavares e o preparador físico Daniel Castro.
Com a saída de Paiva, o Botafogo soma mais um técnico no histórico recente da gestão SAF sob comando de Textor, que registra média de um treinador a cada seis meses.