A Renault anunciou nesta terça-feira (1º) que irá registrar um prejuízo de €9,5 bilhões devido à reclassificação de sua participação de 35,71% na Nissan. A medida representa uma mudança contábil significativa, mas, segundo a montadora francesa, não afetará sua parceria estratégica com a fabricante japonesa.
De método acionário para ativo financeiro
- A participação da Renault na Nissan será agora classificada como ativo financeiro, e não mais pelo método de equivalência patrimonial.
- Essa mudança alinha o valor das ações nos balanços da Renault ao preço atual dos papéis da Nissan no mercado — que está abaixo do valor pago pela Renault há mais de 20 anos.
- Com isso, a francesa passa a refletir eventuais perdas apenas quando vender os papéis, reduzindo o risco de novas baixas contábeis.
Apesar do impacto contábil, a Renault afirma que:
- Não haverá efeito no caixa da empresa,
- Nem nos pagamentos de dividendos aos acionistas.
Reação do mercado
- As ações da Renault subiram 0,82% na bolsa de Paris após o anúncio.
- Já a Nissan encerrou o dia com queda de 2,4% em Tóquio, pressionada também por rumores de que estaria tentando adiar pagamentos a fornecedores para melhorar seu fluxo de caixa.
Contexto de distanciamento
Embora oficialmente a Renault minimize impactos na parceria com a Nissan, analistas interpretam a mudança como mais um sinal do afastamento gradual entre as montadoras, que já haviam renegociado os termos da aliança em meses anteriores.