Renda e racismo dificultam conclusão do ensino básico no Brasil

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Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

Um levantamento nacional revelou que fatores como baixa renda, racismo estrutural e necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho estão entre os principais obstáculos para a conclusão da educação básica por jovens e adultos no Brasil. A pesquisa analisou dados da PNAD Contínua e identificou que mais de 66 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais não finalizaram essa etapa escolar.

Entre os jovens de 15 a 20 anos matriculados no ensino regular, o risco de evasão aumenta significativamente com o avanço da idade, atraso escolar, trabalho em tempo parcial e residência em áreas rurais. O perfil mais vulnerável inclui homens negros, trabalhadores informais e moradores de regiões com menor oferta educacional.

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Para o grupo de 21 a 29 anos fora da escola, a probabilidade de retorno por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é maior entre mulheres e desempregados. No entanto, responsabilidades domésticas e jornadas de trabalho superiores a 20 horas semanais reduzem as chances de permanência no programa.

A pesquisa também apontou que concluir a EJA eleva em até 9,6 pontos percentuais a chance de conseguir emprego formal entre jovens de 19 a 24 anos. A renda mensal média do trabalho aumenta em 7,5% para esse grupo, evidenciando o impacto direto da escolarização na empregabilidade.

Especialistas defendem a reformulação das políticas públicas voltadas à EJA, com foco em metodologias adaptadas ao perfil dos estudantes, integração com a educação profissional e ampliação do investimento em regiões de maior vulnerabilidade social.

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