O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Mike Johnson, anunciou o encerramento antecipado da sessão legislativa nesta terça-feira (22), enviando os parlamentares para o recesso de verão um dia antes do previsto. A decisão visa evitar uma votação polêmica sobre a liberação dos arquivos governamentais relacionados ao financista e criminoso sexual Jeffrey Epstein, que morreu em prisão em 2019.
Pressão bipartidária por transparência
- Deputados democratas e republicanos dissidentes pressionam pela votação de uma resolução bipartidária que exige que o Departamento de Justiça (DOJ) e o FBI divulguem todos os documentos sobre Epstein
- A proposta foi apresentada por Thomas Massie (R-KY) e Ro Khanna (D-CA), mas foi barrada após o Comitê de Regras da Câmara suspender a audiência
Tensão entre Trump e sua base
- O governo Trump havia prometido divulgar novos documentos, mas voltou atrás, alegando falta de provas para sustentar teorias conspiratórias
- A decisão gerou frustração entre apoiadores do movimento MAGA, que acreditam que o governo está escondendo informações
- Segundo pesquisa Reuters/Ipsos, a maioria dos americanos acredita que há detalhes ocultos sobre o caso
Declarações e manobras políticas
- Mike Johnson afirmou que não permitirá que os democratas usem o caso como “aríete político” e que o governo já está trabalhando na liberação dos arquivos “credíveis”
- O líder da maioria, Steve Scalise, confirmou que apenas propostas menores serão votadas antes do recesso
- Enquanto isso, o deputado Tim Burchett (R-TN) e outros republicanos pressionam por uma subpoena de Ghislaine Maxwell, cúmplice de Epstein, para depor perante o Congresso
O que pode acontecer a seguir
- A resolução pode ser forçada ao plenário por meio de uma petição de descarga, caso obtenha 218 assinaturas — o que incluiria quase todos os democratas e parte dos republicanos
- O tema deve ganhar força durante o recesso, com parlamentares enfrentando pressão direta de seus eleitores
