A adaptação televisiva de Life is Strange, anunciada pela Amazon, gerou controvérsia entre os fãs e os criadores originais do jogo. Christian Divine, roteirista principal do título lançado em 2015 pelo estúdio francês Don’t Nod, criticou publicamente a ausência da equipe original no projeto. Em postagem nas redes sociais, Divine afirmou que “as únicas pessoas não envolvidas são os criadores do jogo”, evidenciando o distanciamento entre a produção da série e os responsáveis pela narrativa que conquistou milhões de jogadores.
A série será produzida pela Square Enix, detentora dos direitos da franquia, em parceria com os estúdios LuckyChap e Story Kitchen. A direção criativa ficará a cargo de Charlie Covell, conhecida por trabalhos como End of the F*ing World. Apesar da expectativa gerada pelo anúncio, a falta de envolvimento da Don’t Nod — estúdio que concebeu os personagens Max e Chloe — levantou críticas sobre a fidelidade da adaptação à essência do jogo.
Outros membros da equipe original também se manifestaram, como Luc Baghadoust, produtor executivo da Don’t Nod, que destacou nas redes sociais os nomes de Michel Koch, Raoul Barbet e Jean-Luc Cano, reforçando o papel coletivo na criação da obra. A ausência de qualquer menção oficial a esses profissionais no comunicado da Amazon foi vista por muitos fãs como um apagamento simbólico.
A comunidade reagiu com preocupação. Discussões em fóruns como Reddit apontam que adaptações de jogos narrativos exigem sensibilidade e respeito à visão original. Embora alguns usuários tenham citado exemplos bem-sucedidos de séries feitas sem os criadores — como Fallout — o caso de Life is Strange parece tocar mais fundo, dada a natureza emocional e interativa da história.
A série terá o desafio de definir qual dos múltiplos finais será considerado canônico, além de traduzir para a linguagem televisiva a mecânica de escolhas que define a experiência do jogo. Sem os criadores à frente, a expectativa é alta — e o risco de desapontar uma base de fãs apaixonada, ainda maior.