Delegações da Rússia e dos Estados Unidos se reúnem nesta segunda-feira (24) na Arábia Saudita para uma rodada de negociações estratégicas, em meio a um cenário global complexo. A informação foi divulgada pela agência de notícias TASS e confirmada por fontes diplomáticas dos dois países. O encontro mantém abertos os canais de diálogo entre Moscou e Washington. .
A delegação russa será liderada por Grigory Karasin, chefe do Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação, e por Sergey Beseda, conselheiro do diretor do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB). Do lado norte-americano, participam Michael Anton, Diretor de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado, além dos assessores enviados especialmente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg, e o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz.
A reunião ocorre num contexto de crescente instabilidade geopolítica, marcada pela guerra na Ucrânia, pela militarização da Europa e pelas sanções impostas a Moscou. Fontes diplomáticas afirmaram que o encontro tem como foco principal a segurança regional e a busca por mecanismos para evitar incidentes militares e escaladas não intencionais. A Arábia Saudita foi escolhida como sede da reunião devido à sua posição de neutralidade relativa e à sua capacidade de manter canais de comunicação com ambas as potências.
Embora as expectativas de avanços concretos sejam moderadas, a realização do encontro já é considerada um sinal de que Washington e Moscou reconhecem a necessidade de diálogo em meio às circunstâncias difíceis.
O papel da Arábia Saudita como mediadora reflete o protagonismo crescente do reino na diplomacia global, especialmente após sua aproximação com a Rússia no âmbito da OPEP+ e sua relação histórica com os Estados Unidos. A escolha do local sugere que Riyad busca se posicionar como um ator capaz de facilitar diálogos estratégicos entre potências.
A reunião é parte de um esforço mais amplo para restabelecer alguma forma de entendimento entre as duas maiores potências nucleares do mundo. Mesmo que os resultados práticos do encontro sejam limitados, a retomada do diálogo em nível estratégico já é vista como um sinal positivo.
Fonte: Brasil247