A Rússia solicitou formalmente à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) que conduza uma investigação sobre o alegado uso de munições químicas pelas forças armadas ucranianas. O pedido foi apresentado por Vladimir Tarabrin, representante russo junto à OPAQ, durante sessão do Conselho Executivo em Haia, segundo a agência estatal RT.
Acusações e alegações russas
Tarabrin afirmou que Moscou possui provas do uso de agentes tóxicos de grau militar por tropas ucranianas, além de indícios de uma estrutura organizada para produção em larga escala dessas substâncias. A Rússia também teria solicitado o envio de uma missão técnica da OPAQ para inspecionar locais onde os produtos químicos teriam sido armazenados ou utilizados.
A denúncia se soma a alegações do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), que afirma ter encontrado cloropicrina — um agente químico asfixiante proibido pela Convenção sobre Armas Químicas — em um laboratório abandonado pelas forças ucranianas.
Contexto internacional e contrapontos
A OPAQ ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido russo. Vale lembrar que tanto Rússia quanto Ucrânia já trocaram acusações mútuas sobre o uso de armas químicas desde o início da guerra, mas a organização declarou anteriormente que as evidências apresentadas por ambos os lados eram “insuficientemente fundamentadas”.
Enquanto Moscou acusa Kiev de empregar drones para lançar substâncias tóxicas, inteligências europeias — como as da Holanda e Alemanha — apontam que é a Rússia quem tem intensificado o uso de armas químicas, incluindo cloropicrina e gás lacrimogêneo, em ataques contra soldados ucranianos.