O Senado dos Estados Unidos aprovou, por margem mínima de 51 a 50, o polêmico projeto de lei fiscal defendido pelo presidente Donald Trump, conhecido como One Big Beautiful Bill Act. A proposta amplia cortes de impostos iniciados em 2017, cria novas isenções fiscais e aumenta os investimentos em defesa e imigração, mas reduz drasticamente programas sociais como o Medicaid e o auxílio alimentar.
Conteúdos
Principais pontos do projeto
- Cortes de impostos: tornam permanentes os benefícios fiscais de 2017 e criam isenções para gorjetas, horas extras e heranças
- Aumento de gastos: mais verbas para as Forças Armadas e políticas de deportação e controle de fronteiras
- Redução de programas sociais: cerca de US$ 930 bilhões em cortes no Medicaid e no SNAP (auxílio alimentar)
- Revogação de incentivos à energia limpa: desfaz políticas ambientais da era Biden
- Impacto fiscal: o plano adiciona US$ 3,3 trilhões à dívida pública dos EUA, que já ultrapassa US$ 36 trilhões
Votação apertada e divisões internas
- O desempate foi decidido pelo vice-presidente J.D. Vance, após três senadores republicanos votarem contra
- O projeto agora retorna à Câmara dos Representantes, onde os republicanos têm maioria estreita (220 a 212), mas enfrentam divisões internas entre moderados e linha-dura
Críticas e preocupações
- O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) estima que 12 milhões de americanos podem perder o seguro de saúde
- A Tax Foundation aponta que o 1% mais rico será o maior beneficiado pelas mudanças fiscais
- O senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries classificaram o projeto como um ataque à saúde e à nutrição dos mais pobres
- O bilionário Elon Musk, ex-aliado de Trump, criticou o pacote e prometeu financiar adversários de congressistas que o apoiarem
Próximos passos
- A votação na Câmara está prevista para 3 de julho
- Caso o texto seja aprovado sem alterações, Trump poderá sancioná-lo antes do feriado de 4 de julho
- Se houver mudanças, o projeto precisará retornar ao Senado, o que pode atrasar sua aprovação