Senador dos EUA é expulso de entrevista com secretária de Trump e denuncia abuso policial

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Senador democrata dos EUA Alex Padilla (à esquerda) tenta se desvencilhar de um polícial durante coletiva de imprensa de secretária de Donald Trump, em 12 de junho de 2025. — Foto: Aude Guerrucci/ Reuters

O senador democrata Alex Padilla, da Califórnia, afirmou ter sido algemado e imobilizado no chão por policiais ao tentar questionar a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristin Noem, durante uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (12 de junho). O episódio ocorreu em Washington, em meio a debates sobre o envio da Guarda Nacional para conter protestos em Los Angeles.

Padilla estava presente na coletiva de imprensa de Noem, onde a secretária falava sobre os protestos contra ações de agentes de imigração na Califórnia. O senador tentou fazer uma pergunta sobre a decisão do governo Donald Trump de enviar tropas da Guarda Nacional para atuar nas manifestações.

Ao tentar se aproximar, ele foi segurado por policiais e retirado da sala. Imagens capturadas por jornalistas mostram Padilla tentando se desvencilhar dos agentes enquanto grita “Tire suas mãos de mim”.

Fora da sala, o senador disse ter sido algemado e jogado no chão antes de ser liberado.

O episódio gerou reações tanto entre democratas quanto republicanos. A senadora Lisa Murkowski, do Partido Republicano, criticou a abordagem dos policiais, afirmando que a forma como Padilla foi retirado da coletiva foi “errada e doentia”.

A ex-vice-presidente dos EUA Kamala Harris, também democrata, classificou o caso como um “abuso de poder vergonhoso”, alegando que o episódio reflete um padrão de repressão contra opositores políticos do governo Trump.

Em defesa da abordagem policial, o Departamento de Segurança Interna declarou que Padilla não se identificou corretamente e tentou se aproximar de Noem sem usar seu distintivo do Senado. Segundo a nota oficial, o senador foi instruído a recuar e ignorou repetidas ordens dos agentes.

A crise política ocorre em meio a protestos que começaram contra ações de agentes de imigração, que teriam realizado prisões de imigrantes em situação irregular na Califórnia. A mobilização cresceu e, no dia seguinte, Trump anunciou o envio de milhares de homens da Guarda Nacional para conter os protestos.

Os manifestantes argumentam que a medida representa abuso de poder e tentativa de sufocar a liberdade de expressão. Já o governo Trump alega que a ação visa garantir a segurança pública e proteger agentes federais durante as operações.

Com o aumento das tensões em Washington e Los Angeles, a expectativa é de novos desdobramentos políticos e possíveis ações judiciais relacionadas ao episódio envolvendo Alex Padilla.

O senador não confirmou se pretende processar o governo ou os agentes envolvidos na sua remoção da coletiva de imprensa.

Fonte: Redação

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