O servidor público Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, foi preso nesta terça-feira (22) por envolvimento direto em ao menos 17 ataques a ônibus na Grande São Paulo. Concursado há mais de 30 anos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Campolongo utilizava um veículo oficial da autarquia para cometer os crimes fora do horário de expediente.
Segundo a Polícia Civil, o carro com logotipo da CDHU foi identificado em imagens de segurança nos locais dos ataques. Ao ser localizado, o motorista confessou ter participado dos apedrejamentos como forma de protesto político e afirmou ter o objetivo de “salvar o Brasil”. Pedras e estilingues foram encontrados em sua residência.
A investigação aponta que Campolongo mantinha perfil discreto pessoalmente, mas nas redes sociais publicava conteúdo contra o Supremo Tribunal Federal, o presidente Lula e em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também participava de eventos com a cúpula do governo estadual, incluindo viagens com o governador Tarcísio de Freitas.
A polícia suspeita que o servidor tenha recrutado outras pessoas para ampliar os ataques. Seu irmão, Sérgio Aparecido Campolongo, também teve prisão decretada e se entregou nesta quarta-feira (23). Os investigadores descartaram envolvimento do chefe de gabinete da CDHU, para quem Edson trabalhava como motorista.
Em junho, Campolongo recebeu remuneração líquida de R$ 10.996. A CDHU ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.