A indústria brasileira de alumínio estima perdas de até R$ 1,15 bilhão em 2025 devido à nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, prevista para entrar em vigor em 6 de agosto, foi oficializada por ordem executiva do presidente Donald Trump. A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) aponta que cerca de um terço das exportações do setor para os EUA será afetado diretamente pela sobretaxa.
Alguns itens, como a alumina — insumo essencial para a produção de alumínio primário — foram incluídos na lista de isenções. No entanto, produtos como bauxita, hidróxido de alumínio, óxido de alumínio e cimento aluminoso não foram contemplados. A Abal afirma que, apesar da não cumulatividade da nova tarifa com alíquotas anteriores, os impactos já são significativos.
As exportações brasileiras de alumínio para os EUA caíram 28% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, resultando em perdas de US$ 46 milhões (R$ 350 milhões). A nova tarifa amplia o escopo das medidas anteriores, que já haviam imposto taxas de 10% e 25% ao longo do ano. Com isso, os prejuízos totais podem ultrapassar US$ 210 milhões até o fim do ano.
A Abal alerta para riscos indiretos que podem afetar toda a cadeia de suprimentos. Em 2024, o Brasil exportou 1,3 milhão de toneladas de alumina para os EUA, insumo utilizado na produção de 90% do alumínio primário americano. O produto também é essencial para o Canadá, que abastece parte da demanda industrial dos EUA. A entidade aponta que a ruptura na integração produtiva entre os países pode comprometer o abastecimento e a previsibilidade das operações industriais.