STF aprova por unanimidade plano de trabalho para o pagamento das emendas.

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Praça dos Três Poderes, em Brasília, com vista para o Congresso Nacional — Foto: Tony Winston/Agência Brasília/Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, por unanimidade, nesta segunda-feira (3), a decisão do ministro Flávio Dino, que homologou o plano de trabalho para garantir maior transparência e rastreabilidade nos pagamentos das emendas parlamentares.

Em sessão realizada no plenário virtual, os ministros seguiram o entendimento do relator. O plano de trabalho foi desenvolvido em conjunto pelo Congresso Nacional e pelo governo federal, e apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A proposta foi homologada por Dino na quarta-feira (26), mas precisava da aprovação do STF, o que ocorreu na sexta-feira (28), quando a maioria dos ministros se posicionou a favor. A Corte tinha até quarta-feira (5) para concluir a análise.

Na prática, a decisão de Dino restabeleceu a liberação de parte dos recursos, desde que seguidas as normas de monitoramento das emendas.

Esses recursos estavam sendo negociados desde o ano passado e tiveram os pagamentos suspensos por completo. No fim de 2024, Dino liberou uma parte dos repasses.

Plano de trabalho

O ministro Flávio Dino afirmou que o plano homologado “abre caminho para aprimoramento institucional do Estado brasileiro”, mas reconheceu que o debate sobre o processo ainda não está encerrado, com algumas questões a serem aprimoradas. Segundo ele, ainda há necessidade de melhorias no gerenciamento dos recursos.

Conforme o plano de trabalho apresentado pela AGU, após a sanção do Orçamento deste ano, o governo terá até 15 dias para publicar uma portaria estabelecendo prazos e procedimentos para a execução das emendas.

Dino determinou também que, no prazo de 30 dias após a homologação, o sistema de registro das emendas seja aprimorado.

Com isso, as emendas estão liberadas, exceto as que se enquadrem em algumas condições:

  • Impedimentos técnicos identificados
  • Suspensão específica, determinada anteriormente pelo STF, devido a auditorias em ONGs e outras entidades do terceiro setor
  • Recursos destinados à Saúde que não estejam em contas específicas e regularizadas
  • Transferências sem plano de trabalho
  • Falta de comprovação de que os recursos irão para uma comissão ou bancada
  • Ordem judicial de outra instância do Judiciário ou de instituições de controle

No que se refere às emendas, Dino também ordenou que órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU), trabalhem para rastrear as emendas sem destinação clara.

No STF, tramitam diversas ações relacionadas a esses recursos. Dino lidera a discussão sobre a necessidade de maior transparência, especialmente no caso das chamadas “emendas Pix”.

Essa modalidade permite repasses mais ágeis entre o governo federal e estados e municípios beneficiados. Essas emendas são indicadas pelos parlamentares, sem necessidade de convênios formais para as transferências.

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