O Supremo Tribunal Federal inicia nesta semana a etapa decisiva do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Os sete réus do núcleo central da investigação têm até quarta-feira (13) para apresentar suas alegações finais, encerrando a fase de instrução antes do julgamento. Entre os acusados estão ex-ministros, militares e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que já entregou sua defesa como delator.
Após o recebimento das alegações, o relator Alexandre de Moraes poderá elaborar seu voto e liberar o caso para julgamento. A definição da data caberá ao presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin. A expectativa é que a Corte decida pela condenação ou absolvição de Bolsonaro ainda em setembro.
O processo ocorre em meio a tensões políticas. Moraes solicitou prisão domiciliar para Bolsonaro, que também é investigado por suposta conspiração contra o Estado brasileiro nos Estados Unidos. A medida provocou manifestações em Brasília e reações no Congresso, onde parlamentares da oposição ocuparam as mesas diretoras e prometeram pautar projetos de anistia e impeachment contra ministros do STF.
O Departamento de Estado dos EUA e a embaixada americana em Brasília criticaram Moraes por supostas violações de direitos humanos, enquanto o Supremo reafirmou que não se submeterá a pressões externas. Paralelamente, o núcleo secundário da ação também avança, com diligências complementares e preparação das alegações finais da Procuradoria-Geral da República.