O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão preventiva de Alan Diego dos Santos Rodrigues, condenado por envolvimento na tentativa de explosão de um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro de 2022. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (7) no Diário de Justiça.
O que motivou a decisão
Segundo Moraes, há “indícios suficientes” da participação direta de Alan Diego no atentado frustrado. De acordo com a investigação, ele foi o responsável por colocar o artefato explosivo no eixo esquerdo do caminhão, enquanto estava no banco do carona de um veículo. Após a ação, teria feito duas ligações por um orelhão, o que, segundo o ministro, demonstra “evidente risco à ordem pública” caso estivesse em liberdade.
Além disso, Moraes destacou que Alan descumpriu medidas cautelares anteriormente impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica e o comparecimento regular à Justiça.
Condenação e nova denúncia
Alan Diego já havia sido condenado em 2023 a 5 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal. Em 2024, obteve progressão para o regime aberto, mas voltou a ser preso em junho de 2025, após nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A nova acusação inclui crimes mais graves, como:
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Associação criminosa armada
- Crimes previstos na Lei Antiterrorismo (Lei 13.260/2016)
Defesa contesta prisão
A defesa de Alan Diego, representada pela advogada Thaiane Blanch Benites, argumenta que a manutenção da prisão preventiva é uma medida “excepcionalíssima” e configura “constrangimento ilegal”, contrariando os princípios da presunção de inocência e da proporcionalidade. A defesa afirma estar analisando os documentos para definir os próximos passos.
A tentativa de atentado ocorreu em meio às manifestações golpistas que antecederam os atos de 8 de janeiro de 2023. O caso, inicialmente julgado pela Justiça Federal do DF, foi remetido ao STF por conexão com os inquéritos que apuram ataques à democracia