Suíça tenta evitar tarifa de 39% dos EUA e busca acordo de última hora

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Ramberg/Getty Images
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A presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, afirmou nesta quarta-feira (6) que teve uma “reunião muito boa” com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington. O encontro ocorreu em meio às negociações de última hora para evitar a entrada em vigor de uma tarifa de 39% sobre produtos suíços exportados para o mercado americano — uma das mais altas já anunciadas pelo governo Trump.

“Tivemos uma troca muito amigável e aberta”, disse Keller-Sutter a jornalistas, sem detalhar quais concessões a Suíça estaria disposta a fazer para evitar a medida.

Impacto potencial e setores em risco

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A tarifa, que deve entrar em vigor nesta quinta-feira (7), ameaça setores estratégicos da economia suíça, como o de relógios, máquinas, chocolates e cosméticos. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações suíças de relógios, que somaram US$ 5,4 bilhões em 2024.

Segundo analistas, o aumento de preços pode ser significativo. Um Rolex Submariner, por exemplo, pode passar de US$ 10 mil para quase US$ 14 mil com a nova alíquota. Marcas de luxo como Cartier e La Prairie também estão entre as mais vulneráveis.

Negociações e possíveis contrapartidas

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Fontes próximas às tratativas indicam que Washington espera que a Suíça aumente suas compras de produtos americanos, especialmente gás natural liquefeito (GNL) e equipamentos de defesa. O ministro da Economia suíço, Guy Parmelin, sugeriu que a importação de GNL poderia ser uma alternativa viável para suavizar o impacto tarifário.

A Suíça já havia zerado suas tarifas sobre produtos industriais dos EUA e prometido investimentos bilionários em fábricas americanas. Ainda assim, o déficit comercial de US$ 38 bilhões registrado em 2024 é citado pela Casa Branca como justificativa para a medida.

Cenário incerto, mas com esperança

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Apesar da tensão, o governo suíço não pretende adotar medidas retaliatórias e aposta no diálogo. A comunidade empresarial local apoia os esforços diplomáticos, enquanto analistas esperam que a tarifa possa ser revista para algo mais próximo dos 15% aplicados à União Europeia.

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