Suprema Corte dos EUA Pode Obrigar Governo a Reembolsar Empresas por Tarifas de Importação

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(Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
(Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

As tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump durante seu segundo mandato enfrentam um impasse judicial que pode custar bilhões ao governo dos Estados Unidos. Em decisão recente, o Tribunal Federal de Apelações concluiu que a aplicação dessas tarifas sobre países como China, Índia e Brasil foi ilegal, alegando uso indevido da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA).

Segundo a CNN Brasil, se a decisão for mantida pela Suprema Corte, o Tesouro americano poderá ser obrigado a devolver cerca de US$ 200 bilhões às empresas que pagaram as tarifas até agosto de 2025.

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 Disputa jurídica e impacto econômico

A batalha judicial, que se arrasta desde a adoção das tarifas como ferramenta de pressão comercial, ganhou força com o veredito de 29 de agosto. O tribunal afirmou que o governo não tinha autorização legal para impor tais medidas. Trump reagiu com preocupação, afirmando que uma decisão desfavorável seria “uma devastação para o país”.

Caso a Suprema Corte valide o entendimento do tribunal de apelações, o reembolso às empresas poderá representar um alívio financeiro significativo — mas não será simples. O advogado Ted Murphy, especialista em comércio internacional, explicou que o processo exigirá pedidos formais e poderá ser demorado. Uma alternativa em estudo é a criação de um sistema administrativo para agilizar os reembolsos, embora ainda não haja definição.

 Riscos fiscais e inflação

Apesar da expectativa entre empresas afetadas, economistas alertam para possíveis efeitos colaterais. Gary Hufbauer, do Peterson Institute for International Economics, afirmou que os reembolsos podem aumentar o déficit público e pressionar a inflação.

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“Reverter essas tarifas exigirá mais empréstimos do governo, o que pode agravar o desequilíbrio fiscal”, disse.

 Tarifas como ferramenta política

As tarifas foram inicialmente adotadas como forma de pressionar países, especialmente a China, a revisar suas políticas comerciais. No entanto, o impacto acabou recaindo sobre empresas americanas, que passaram a pagar mais por produtos importados, gerando efeitos em cadeia na economia.

Agora, o futuro dessas tarifas depende da Suprema Corte, que decidirá se elas permanecem válidas ou se o governo terá de devolver os valores arrecadados — uma decisão que pode redefinir a política comercial dos EUA.

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