SUS passa a oferecer novos tratamentos hormonais para endometriose em 2025

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O Dispositivo Intrauterino liberador de levonorgestrel (DIU-LNG) à esquerda e o Desogestrel à direita — Foto: Adobe Stock

O Sistema Único de Saúde (SUS) começa a incorporar, ainda em 2025, dois novos medicamentos para o tratamento da endometriose: o DIU liberador de levonorgestrel (DIU-LNG) e o desogestrel. A medida visa ampliar o acesso à terapia hormonal e aprimorar a assistência à condição, que afeta cerca de 15% das mulheres brasileiras em idade reprodutiva.

As novas tecnologias foram autorizadas por portarias publicadas em 29 e 30 de maio, que determinam um prazo de 180 dias para a implementação gratuita nas redes públicas. De acordo com o Ministério da Saúde, os tratamentos serão restritos ao uso clínico em pacientes com diagnóstico ou avaliação de endometriose, e não como método contraceptivo.

Como funcionam os tratamentos

  • DIU-LNG: o dispositivo intrauterino libera levonorgestrel, suprimindo o crescimento de tecido endometrial fora do útero. Indicado especialmente para mulheres com contraindicação ao uso de contraceptivos orais combinados, tem troca recomendada a cada cinco anos e favorece adesão ao tratamento.
  • Desogestrel: anticoncepcional hormonal que atua inibindo a ovulação. Pode ser prescrito desde a fase de avaliação clínica, mesmo antes da confirmação por exames de imagem. Sua ação reduz a atividade hormonal, impedindo o avanço da doença.

O que é a endometriose

A endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, como em ovários, trompas, bexiga, intestino e até nos pulmões. Durante o ciclo menstrual, esse tecido reage como se estivesse no útero: sangra, inflama e provoca dores intensas. Em casos avançados, pode causar infertilidade.

Os principais sintomas incluem:

  • Cólicas menstruais severas
  • Dores abdominais fora do ciclo
  • Desconforto em relações sexuais
  • Alterações intestinais e urinárias

Avanço na assistência pelo SUS

Segundo dados do Ministério da Saúde, o atendimento à endometriose no SUS teve crescimento expressivo entre 2022 e 2024:

  • Diagnóstico na Atenção Primária: aumento de 30%
  • Atendimentos especializados: crescimento de 70%, totalizando 85,5 mil registros
  • Internações hospitalares: subiram 32%, com 34,3 mil ocorrências no período

Atualmente, o SUS já oferece abordagens clínicas e cirúrgicas, incluindo uso de progestágenos, COCs, análogos de GnRH, analgésicos, videolaparoscopia e, em casos específicos, histerectomia.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os novos tratamentos resultam de um processo técnico conduzido pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) com base em evidências científicas. O objetivo é garantir maior efetividade, adesão e qualidade de vida para pacientes diagnosticadas com endometriose.

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