Sushila Karki assume como primeira-ministra interina do Nepal em meio a crise e protestos da Geração Z

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(Foto: Reuters)
(Foto: Reuters)

Em uma cerimônia oficial realizada na noite de sexta-feira (12), na residência presidencial Sheetal Niwas, em Katmandu, a jurista Sushila Karki foi nomeada primeira-ministra interina do Nepal. A posse foi conduzida pelo presidente Ram Chandra Paudel, marcando um momento histórico: Karki é a primeira mulher a ocupar o cargo sob o Artigo 61 da Constituição de 2015, que permite a nomeação de um líder interino em tempos de crise institucional.

Ex-presidente da Suprema Corte entre 2016 e 2017, Karki foi escolhida em resposta à pressão de movimentos sociais, especialmente da chamada “Geração Z”, que exigia a dissolução do Parlamento e a formação de um governo apartidário. A nomeação ocorre em meio a uma onda de protestos violentos que já deixaram mais de 50 mortos e mais de 1.300 feridos.

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 Protestos e renúncia

A crise se intensificou após o governo proibir o acesso a redes sociais como Facebook, Instagram e YouTube, medida que desencadeou manifestações em todo o país. A renúncia do então primeiro-ministro KP Sharma Oli, na segunda-feira (8), não conteve a revolta popular, que evoluiu para ataques a autoridades, incêndios em prédios públicos e residências privadas.

A imprensa local apontou falhas graves na atuação das forças de segurança, que se mostraram passivas diante dos episódios mais violentos, ampliando a sensação de desgoverno.

 Transição e desafios

Com a missão de liderar o país até novas eleições parlamentares, previstas para março de 2026, Karki terá o desafio de restaurar a ordem institucional e atender às demandas populares. A assessora presidencial Kiran Pokhrel afirmou que a nomeação representa um passo decisivo para estabilizar o país, mas analistas alertam que a tarefa será complexa: será preciso equilibrar a pressão das ruas com a organização de um processo eleitoral transparente e seguro.

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