Tarcísio afirma que tarifa dos EUA afetará exportações de São Paulo

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Governador Tarcísio de Freitas visita trem da Linha 6-Laranja — Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (10) que a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros causará impacto negativo sobre o estado, especialmente em setores industriais. Durante evento sobre obras do Metrô, ele declarou que os EUA são o principal destino das exportações industriais paulistas, e que a medida representa um prejuízo direto para empresas como a Embraer, que havia fechado contratos internacionais recentemente.

Negociação com EUA e críticas ao governo federal

Tarcísio informou que sua equipe está em diálogo com a embaixada norte-americana, mas ressaltou que cabe ao governo federal conduzir negociações diplomáticas, sugerindo que questões políticas sejam deixadas de lado:

“A gente precisa sentar na mesa, deixar de lado as questões ideológicas e políticas, e trabalhar”, declarou.

Nas redes sociais, o governador atribuiu o aumento tarifário à postura internacional do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que a administração federal prioriza alianças ideológicas em detrimento da economia. Segundo Tarcísio, a culpa pelo prejuízo não pode ser atribuída ao governo anterior.

Repercussões nacionais

A declaração gerou reação de membros do governo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que Tarcísio é quem estaria colocando a ideologia acima dos interesses nacionais. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o posicionamento do governador como “submisso” e disse que o Brasil não pode se curvar a ações unilaterais.

A carta enviada por Trump a Lula cita o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e acusa o Brasil de censurar plataformas digitais. Especialistas apontam que a política tarifária norte-americana tem forte motivação política.

Histórico comercial entre Brasil e EUA

Apesar da justificativa de “relação injusta” alegada por Trump, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o Brasil tem acumulado déficit comercial com os Estados Unidos desde 2009 — ou seja, tem comprado mais do que vendido. O saldo negativo totaliza US$ 90,28 bilhões até junho de 2025.

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