O setor de abastecimento brasileiro estima que o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos pode retirar até US$ 80 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em um ano. A medida, que aplica sobretaxas de até 50% sobre produtos como café, carne, frutas e verduras, também ameaça cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos.
Diante do impacto previsto, o Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento apresentou ao governo federal um plano emergencial. Entre as propostas está a antecipação da Cesta Básica Nacional de Alimentos (CBNA), prevista na reforma tributária, para reduzir a carga fiscal sobre itens essenciais e estimular o consumo doméstico.
O plano também sugere campanhas para ampliar o consumo interno de produtos afetados pelas tarifas, como mel, café e peixes. A estratégia se baseia em experiências anteriores, como o aumento do consumo de carne suína após o embargo russo em 2006. O objetivo é evitar excedentes no mercado interno e preservar a cadeia produtiva.
Outra frente do plano propõe a simplificação de regras e desoneração para empregadores, com foco na geração de empregos formais. Segundo o estudo, essas ações podem criar até 1,7 milhão de novas vagas na cadeia de abastecimento.
Embora os preços dos alimentos ainda não tenham caído, o setor supermercadista já se organiza para absorver o redirecionamento da produção. A cadeia da aquicultura, por exemplo, iniciou parcerias com o varejo para estimular o consumo de pescados, antecipando os efeitos da redução nas exportações.
