Tesouro dos EUA Sob Pressão: Apostas em Queda Crescem com Expectativa de Corte de Juros

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(Foto: REUTERS/Eduardo Munoz)
(Foto: REUTERS/Eduardo Munoz)

As apostas pessimistas sobre os títulos do Tesouro dos Estados Unidos ganharam força nesta semana, impulsionadas pela expectativa em torno do relatório de empregos que será divulgado nesta sexta-feira (5). O dado pode ser decisivo para a próxima reunião do Federal Reserve (Fed), marcada para os dias 16 e 17 de setembro, especialmente no que diz respeito a um possível corte na taxa de juros.

Segundo levantamento do JPMorgan, divulgado até 2 de setembro, houve uma das maiores movimentações semanais em posições de venda nos últimos cinco anos. O aumento do déficit fiscal e a aproximação dos rendimentos dos títulos de 30 anos ao patamar de 5% alimentam o clima de cautela entre os investidores.

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 Dados fracos reforçam cenário de afrouxamento

A perspectiva de que o Fed possa agir de forma mais agressiva ganhou força após uma sequência de indicadores econômicos abaixo do esperado. A aposta majoritária é por um corte de 25 pontos-base, mas há quem veja espaço para uma redução de 50 pontos, caso o relatório de empregos decepcione.

“Se os dados forem fracos o suficiente, poderemos ver uma queda nos rendimentos, especialmente no curto prazo”, afirmou Kathryn Kaminski, estrategista-chefe da AlphaSimplex Group.

Steven Englander, do Standard Chartered, reforça essa visão:

“Qualquer número abaixo de 40 mil empregos pode levar o mercado a precificar um corte de 50 pontos-base. Para afastar essa possibilidade, o número teria que superar 130 mil, com revisões positivas.”

 Pressão fiscal e mercado de opções

A diferença entre os rendimentos de curto e longo prazo aumentou nos últimos dias, com os títulos de dois anos atingindo os menores níveis desde maio. O mercado de opções SOFR também registrou forte atividade, com destaque para posições em strikes de 96,00 e predominância de operações com calls e puts.

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Além disso, investidores estão exigindo prêmios maiores para financiar os déficits do governo, em meio a preocupações com os cortes de impostos propostos pela administração Trump e a queda na arrecadação tarifária após uma decisão judicial recente.

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