O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que poderá impor uma tarifa de até 200% sobre ímãs importados da China, caso o país asiático não retome o fornecimento desses produtos. A afirmação foi feita em meio à intensificação das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
A China, que concentra grande parte das reservas mundiais de terras raras — elementos essenciais para a fabricação de ímãs de alto desempenho —, tem adotado medidas restritivas à exportação desses materiais. Em abril, o governo chinês incluiu ímãs na lista de itens com exportação limitada, em resposta ao aumento de tarifas promovido pelos Estados Unidos.
As terras raras são compostas por 17 elementos químicos utilizados em tecnologias avançadas, como smartphones, veículos elétricos e equipamentos industriais. Ímãs fabricados com neodímio, samário e disprósio são considerados estratégicos para diversos setores produtivos.
A ameaça de Trump ocorre após um período de trégua tarifária entre os dois países. Em agosto, a China prorrogou por 90 dias a suspensão de tarifas adicionais sobre produtos norte-americanos, mantendo a taxa de 10%. A medida foi tomada após o presidente dos EUA assinar uma ordem executiva estendendo o acordo bilateral.
No entanto, Trump acusou publicamente a China de violar os termos do acordo, o que reacendeu o impasse comercial. Em resposta, o governo chinês pediu o fim das restrições consideradas discriminatórias e defendeu a manutenção dos consensos estabelecidos em negociações anteriores.
Segundo o Congressional Budget Office (CBO), órgão independente do Congresso dos EUA, o pacote tarifário proposto por Trump pode reduzir o déficit fiscal em US$ 4 trilhões até 2035. A estimativa inclui US$ 3,3 trilhões de redução no déficit primário e US$ 700 bilhões em economia com juros da dívida. Por outro lado, o CBO alerta que o aumento das tarifas pode impactar negativamente os investimentos, a produtividade e o poder de compra da população americana.