Trump: “Bolsonaro não é desonesto, é alvo de caça às bruxas”

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Donald Trump e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR via BBC)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a se posicionar publicamente em defesa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, atualmente réu em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao ser questionado por jornalistas nesta terça-feira (15), Trump declarou que Bolsonaro “não é desonesto” e que acredita estar ocorrendo uma “caça às bruxas”, expressão utilizada por ele em outras ocasiões para se referir a processos judiciais que considera politicamente motivados.

Segundo Trump, o ex-presidente brasileiro “não é como se fosse seu amigo”, mas é alguém que ele conhece e que representa milhões de pessoas. As declarações foram feitas na Casa Branca, após Trump ter sido informado sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

As falas do líder norte-americano ocorrem na esteira da decisão do governo dos EUA de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência prevista para começar em 1º de agosto de 2025. Em carta enviada anteriormente, Trump associou diretamente a imposição das taxas às ações judiciais contra Bolsonaro, mencionando os processos como fator motivador da sanção econômica.

Histórico de acusações e posicionamento da PGR

Na segunda-feira (14), a PGR apresentou as alegações finais no processo contra Bolsonaro, classificando-o como chefe de uma organização criminosa armada dedicada a deslegitimar o sistema eleitoral e articular uma tentativa de golpe. Os crimes imputados incluem:

  • Tentativa de golpe de Estado
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Dano ao patrimônio público
  • Deterioração de bens tombados

Em depoimento anterior ao STF, Bolsonaro negou participação na organização da trama e afirmou que as críticas às urnas eletrônicas não configuram infração legal.

Trump destacou que Bolsonaro foi “duro” em negociações comerciais com os EUA, mas sempre com o objetivo de defender os interesses do Brasil. Ao reiterar que considera o julgamento injusto, afirmou que o ex-presidente “lutou muito pelo povo brasileiro”.

As declarações reacendem o debate sobre interferência política internacional e refletem a intensificação das tensões diplomáticas entre os dois países, em meio a ações judiciais e sanções comerciais.

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