O governo dos Estados Unidos avalia a possibilidade de impor tarifas entre 50% e 100% sobre países que continuam comprando petróleo da Rússia, como China e Índia. A medida, discutida em reuniões entre autoridades norte-americanas e representantes da União Europeia, tem como objetivo reduzir drasticamente a receita utilizada por Moscou para financiar a guerra na Ucrânia.
Durante os encontros realizados em Washington nos dias 9 e 10 de setembro, o presidente Donald Trump participou das negociações ao lado do primeiro-ministro ucraniano e de líderes europeus. Segundo autoridades envolvidas, Trump defendeu que a principal fonte de recursos da máquina de guerra russa são as exportações de petróleo, e que é necessário atacar diretamente essa origem para conter o avanço militar.
Além das tarifas, foram debatidas novas sanções secundárias e o congelamento de ativos russos. A União Europeia prepara sua 19ª rodada de sanções contra Moscou, com foco em empresas que ajudam o Kremlin a driblar restrições anteriores. Entre os alvos está a gigante energética Lukoil, pressionada por países como Alemanha e França.
Nos Estados Unidos, um projeto de lei já conta com apoio de 85 senadores e autoriza o presidente a aplicar sanções secundárias contra nações que mantêm relações comerciais com a Rússia. Até o momento, apenas a Índia foi atingida por esse tipo de penalidade. Autoridades americanas afirmam que a efetividade das medidas depende da adesão conjunta da União Europeia.
A estratégia também inclui esforços diplomáticos para acelerar negociações de paz entre Kiev e Moscou. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que “todas as opções continuam em aberto” e que o governo norte-americano está comprometido em ampliar a pressão econômica sobre o regime de Vladimir Putin.