A escalada entre os Estados Unidos e o Irã atingiu novo patamar nesta quarta-feira (18), após o presidente Donald Trump afirmar publicamente que “não pode dizer ainda” se os EUA atacarão o território iraniano — declaração que gerou inquietação entre aliados, mercados e organizações internacionais. A fala veio após a Casa Branca sinalizar apoio explícito a Israel, que há seis dias trava uma ofensiva aérea direta contra cidades e instalações militares iranianas.
Trump revelou que foi procurado por representantes do governo iraniano, mas recusou uma possível reabertura de diálogo. “O Irã deveria ter negociado antes. A paciência acabou”, afirmou aos jornalistas em frente à Casa Branca. A retórica marca o fim simbólico dos esforços diplomáticos para um novo acordo nuclear, iniciados em gestões anteriores, e reforça a guinada belicista da atual administração norte-americana.
Em pronunciamento na TV estatal, o líder supremo Ali Khamenei afirmou que um ataque direto dos EUA terá “consequências sérias e irreparáveis”, prometendo retaliação severa. Khamenei também acusou Israel de ter cometido um “erro estratégico” ao atacar instalações em Natanz, Karaj, Teerã e outros pontos ligados ao programa nuclear iraniano.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que fábricas de centrífugas foram atingidas nos ataques israelenses e alertou para o risco de vazamentos radiológicos em caso de bombardeios às unidades subterrâneas de Fordow e Isfahan.
O conflito entre Israel e Irã já deixou mais de 240 mortos oficialmente, além de milhares de feridos. Instituições independentes sugerem que o número real pode ser ainda mais alto. Explosões têm sido registradas em Tel Aviv, Teerã e Karaj, enquanto civis são instruídos a evacuar áreas próximas a alvos militares. O governo israelense já afirmou que mira instalações nucleares estratégicas no Irã.
Somente os EUA possuem armamentos capazes de destruir os bunkers subterrâneos onde o Irã concentra seu enriquecimento de urânio. A possível utilização da bomba antibunker MOP GBU-57 — que só pode ser lançada por bombardeiros B-2 Spirit — ampliaria a intervenção direta de Washington no conflito, com riscos incalculáveis para a estabilidade do Oriente Médio.