O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (8) a imposição de uma tarifa de 50% sobre o cobre importado, intensificando sua política comercial protecionista. A medida provocou uma alta imediata de mais de 12% nos contratos futuros do metal nos EUA, segundo a CNBC.
Durante uma reunião de gabinete na Casa Branca, Trump afirmou que o país “já passou da hora de cobrar dinheiro de nações que nos enganaram e riram pelas nossas costas”. Ele também indicou que ao menos sete cartas tarifárias seriam enviadas na quarta-feira, sinalizando novas sanções comerciais.
Além do cobre — essencial para setores como veículos elétricos, defesa e infraestrutura — Trump anunciou planos para aplicar uma tarifa de até 200% sobre medicamentos importados, com possível adiamento de até um ano para entrada em vigor. A notícia derrubou ações de grandes farmacêuticas como Pfizer e Merck.
Escalada tarifária global
Na segunda-feira, o governo norte-americano já havia enviado cartas a 14 países, incluindo Brasil, Japão, Coreia do Sul e Índia, pressionando por concessões comerciais. Países do grupo BRICS, como Brasil e Índia, estão entre os alvos diretos, com ameaças de tarifas de 10% sobre suas exportações.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que os EUA arrecadaram cerca de US$ 100 bilhões em tarifas até agora, com projeção de US$ 300 bilhões até o fim de 2025. Estima-se que os consumidores americanos enfrentem uma tarifa média efetiva de 17,6%, a mais alta desde 1934.
Reações internacionais
Apesar de Trump afirmar que negociações com a União Europeia e China estão avançando, autoridades europeias reagiram com cautela. O ministro das Finanças da Alemanha alertou que a UE está pronta para retaliar caso não haja acordo justo.
Na Ásia, Japão e Coreia do Sul também demonstraram preocupação. O negociador japonês Ryosei Akazawa afirmou que o país não abrirá mão de seu setor agrícola, enquanto Seul busca um “resultado mutuamente benéfico” nas negociações.
Tarifas específicas por país
Trump detalhou tarifas direcionadas a países considerados “beneficiários injustos” do comércio com os EUA:
Países | Tarifa (%) |
---|---|
Tunísia, Malásia, Cazaquistão | 25% |
África do Sul, Bósnia-Herzegovina | 30% |
Indonésia | 32% |
Sérvia, Bangladesh | 35% |
Camboja, Tailândia | 36% |
Laos, Mianmar | 40% |
A estratégia de Trump, baseada em tarifas unilaterais e acordos bilaterais, visa reduzir o déficit comercial dos EUA, mas tem gerado críticas por sua imprevisibilidade e impacto nas cadeias globais de suprimentos.