Trump nega plano imediato de demitir Jerome Powell, mas mantém críticas e insinua possibilidade futura

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Foto: REUTERS/Kevin Mohatt
Foto: REUTERS/Kevin Mohatt

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (16) que não pretende demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, apesar de rumores divulgados pela Bloomberg que indicavam uma saída iminente. A especulação provocou queda nas ações e no dólar, além de alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro.

“Não descarto nada, mas acho que é altamente improvável, a menos que ele tenha que sair por fraude”, declarou Trump.

Mercado reage à tensão política

  • Após os comentários de Trump, os mercados reduziram as perdas e os rendimentos dos Treasuries se estabilizaram
  • A plataforma de apostas Polymarket registrou um pico de 40% nas chances de Powell deixar o cargo ainda em 2025

Críticas à reforma da sede do Fed

A principal fonte de atrito recente é a reforma de US$ 2,5 bilhões da sede histórica do Fed em Washington. A Casa Branca, por meio do diretor de orçamento Russell Vought, enviou uma carta a Powell expressando “extrema preocupação” com os custos do projeto. Trump sugeriu que fraude na reforma poderia justificar uma demissão.

Powell respondeu solicitando uma revisão formal pelo inspetor-geral do banco central e publicou um documento com esclarecimentos sobre os gastos.

Mandato e sucessão

  • Powell foi nomeado por Trump em 2017 e reconduzido por Biden em 2022
  • Seu mandato vai até 15 de maio de 2026
  • Trump afirmou que pode substituí-lo em até oito meses, e já considera nomes como Kevin Hassett, Christopher Waller e Scott Bessent

Limites legais e reação política

Segundo especialistas e senadores como Thom Tillis, o presidente dos EUA não pode demitir o chefe do Fed por divergências políticas, apenas por “justa causa”. A Suprema Corte reforçou essa interpretação recentemente, o que tornaria qualquer tentativa de demissão um confronto jurídico de grandes proporções.

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