O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu um prazo para que seja firmado um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza: até o final desta semana. A proposta inclui a libertação de prisioneiros israelenses e uma retirada parcial das tropas de Israel, segundo fontes diplomáticas citadas pelo The Times of Israel.
Proposta em negociação
Durante coletiva de imprensa na segunda-feira (7), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que encerrar a guerra em Gaza é a “maior prioridade” do governo Trump. Ela confirmou que Israel já aprovou a proposta dos EUA, e que agora o plano aguarda apenas o aceite formal do Hamas.
O acordo prevê:
- Um cessar-fogo inicial de 60 dias, prorrogável mediante novas negociações
- Libertação escalonada de prisioneiros vivos e entrega dos corpos de reféns falecidos
- Retirada parcial das tropas israelenses, com manutenção de presença no Corredor Morag
- Ampliação da ajuda humanitária, com apoio da ONU e revisão do papel da Fundação Humanitária de Gaza (GHF)
Ponto de impasse: cessar-fogo temporário ou permanente?
O principal entrave nas negociações é a natureza do cessar-fogo. Israel insiste em um acordo temporário, enquanto o Hamas exige que a trégua seja permanente. O grupo palestino também propôs remover a cláusula de “boa-fé” das negociações futuras, o que, segundo Israel, poderia permitir que o Hamas prolongue indefinidamente o processo e impeça uma retomada militar.
Encontros em Washington e avanços em Doha
Trump recebeu o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca na segunda-feira. Antes do encontro, Netanyahu se reuniu com o secretário de Estado Marco Rubio e com o enviado especial Steve Witkoff, que deve viajar a Doha ainda esta semana para acompanhar as negociações.
Em Doha, as conversas entre representantes de Israel e Hamas, mediadas por EUA, Catar e Egito, avançaram especialmente na pauta da ajuda humanitária. Um diplomata árabe confirmou que houve consenso sobre a ampliação do auxílio, embora ainda haja divergências sobre a segurança nos pontos de entrega.
Cronograma da libertação de prisioneiros
O plano em discussão prevê a libertação de aproximadamente metade dos 20 prisioneiros vivos:
- 8 reféns seriam libertados no primeiro dia do cessar-fogo
- 2 reféns no 50º dia
- Entrega dos corpos de reféns falecidos seria feita em três etapas: 5 no 7º dia, 5 no 30º e 8 no 60º dia
Com o prazo final se aproximando, Trump aposta na pressão diplomática para selar um acordo que possa encerrar a guerra de quase dois anos em Gaza. O sucesso da iniciativa pode representar um marco em sua política externa — e, como sugerido por Netanyahu, até mesmo uma candidatura ao Prêmio Nobel da Paz