Vacina contra vírus sincicial respiratório será incorporada ao SUS em novembro

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Imunizante contra o vírus sincicial respiratório (VSR), em Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia

A partir da segunda quinzena de novembro, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), agente responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças com menos de dois anos. A medida tem como foco principal a imunização de gestantes, garantindo proteção aos recém-nascidos por meio da transferência de anticorpos durante a gestação.

O Ministério da Saúde prevê a distribuição inicial de 1,8 milhão de doses, sendo 832,5 mil entregues em novembro e o restante até dezembro. As vacinas serão adquiridas por meio de parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer, com previsão de produção nacional do imunizante nos próximos ciclos. A aplicação será recomendada a partir da 28ª semana de gestação, conforme orientação do Comitê Técnico Assessor da pasta, alinhado às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Estudos indicam que a imunização pode evitar até 28 mil internações por ano, especialmente entre bebês prematuros, grupo com risco sete vezes maior de mortalidade por complicações respiratórias. Entre 2018 e 2024, o Brasil registrou mais de 83 mil internações de prematuros por doenças associadas ao VSR. Atualmente, cerca de 20 mil bebês com menos de um ano são hospitalizados anualmente por infecções causadas pelo vírus.

Na rede privada, o custo da vacina pode ultrapassar R$ 3.600 para bebês, enquanto gestantes pagam em média R$ 1.810. A versão adulta, indicada para pessoas acima de 60 anos, tem valor aproximado de R$ 1.640. A primeira vacina contra o VSR foi aprovada nos Estados Unidos em 2023, inicialmente voltada apenas para idosos.

Durante a pandemia de Covid-19, o isolamento social reduziu a circulação do VSR, o que impediu que muitas crianças desenvolvessem imunidade natural. Com o relaxamento das medidas sanitárias, surtos inesperados passaram a ocorrer em diferentes épocas do ano, sobrecarregando unidades de saúde e exigindo novas estratégias de prevenção.

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Além da vacinação, especialistas recomendam cuidados complementares, como higiene rigorosa das mãos e evitar contato de bebês com pessoas gripadas ou com tosse. A introdução do imunizante no SUS representa um avanço na proteção infantil e na estruturação de políticas públicas voltadas à saúde respiratória.

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