Vendas no varejo brasileiro recuam 0,2% em maio e frustram expectativas

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José Cruz/Agência Brasil
José Cruz/Agência Brasil

As vendas do comércio varejista no Brasil caíram 0,2% em maio na comparação com abril, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo IBGE. O resultado representa o segundo mês consecutivo de retração e contrariou a expectativa de alta de 0,2% apontada por analistas consultados pela Reuters.

Mesmo com o impulso esperado pelo Dia das Mães, uma das datas mais importantes para o setor, o desempenho foi o mais fraco para o mês desde 2023.

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“São dois meses seguidos de queda com taxas próximas de zero, mas com viés negativo. O comércio está sendo impactado por juros altos e pela queda mais intensa no crédito à pessoa física”, explicou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

Panorama geral

  • Variação mensal (mai/abr): -0,2%
  • Variação anual (mai 2025/mai 2024): +2,1%
  • Acumulado no ano: +2,2%
  • Acumulado em 12 meses: +3,0%

 Setores com pior desempenho

Entre as oito atividades pesquisadas, três registraram queda:

Setor Variação mensal
Outros artigos de uso pessoal e doméstico -2,1%
Livros, jornais, revistas e papelaria -2,0%
Combustíveis e lubrificantes -1,7%

 Setores com crescimento

Por outro lado, cinco segmentos apresentaram alta:

Setor Variação mensal
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação +3,0%
Móveis e eletrodomésticos +2,0%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria +1,7%
Tecidos, vestuário e calçados +1,1%
Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo +0,4%

 Varejo ampliado: leve alta

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, peças, material de construção e atacado alimentício, houve alta de 0,3% em maio. O destaque foi o setor de veículos e motos, com crescimento de 1,5%, enquanto material de construção ficou estável.

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 Contexto econômico

A queda nas vendas reflete um cenário de desaceleração econômica, influenciado por:

  • Taxa Selic elevada, atualmente em 15% ao ano
  • Inflação ainda pressionada
  • Redução no crédito ao consumidor

Apesar disso, o mercado de trabalho aquecido e a renda das famílias continuam sustentando parte da demanda.

Com o segundo mês seguido de retração, o varejo brasileiro sinaliza um ritmo mais lento no segundo trimestre de 2025. A expectativa é de que o setor continue enfrentando desafios enquanto a política monetária seguir restritiva.

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