Venezuelanos se tornam maioria entre estrangeiros no Brasil, aponta IBGE

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Crédito: Acnur / Divulgação

Pela primeira vez desde o início das medições, cidadãos venezuelanos formam o maior grupo de estrangeiros no Brasil, superando os portugueses, conforme os dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2010, viviam no país 2.869 venezuelanos. Doze anos depois, esse número saltou para 271.514, um crescimento de 9.363%. No mesmo período, a população portuguesa caiu de 137.972 para 104.345 pessoas, uma redução de 24%. É a primeira vez que os portugueses deixam o posto de maior comunidade estrangeira residente no Brasil.

O total de estrangeiros que vivem no país cresceu 70,3% desde o último levantamento censitário, passando de 592.448 em 2010 para 1.009.340 em 2022 — o maior número desde 1980.

De acordo com o IBGE, 54% dos imigrantes estrangeiros chegaram ao Brasil entre 2013 e 2022. A maioria veio da América Latina, cuja participação no total de imigrantes passou de 27% para 72% entre 2005 e 2022. Além da Venezuela, destacam-se bolivianos, haitianos, paraguaios, argentinos e colombianos. Já o número de europeus caiu de 263.393 para 203.284 no mesmo intervalo.

O estado com maior percentual de estrangeiros na população é Roraima, onde 12,84% dos moradores são imigrantes — principalmente venezuelanos. Em 2010, esse índice era de apenas 0,6%. O Rio de Janeiro foi o único estado a registrar queda no número absoluto de estrangeiros: de 96.821 para 80.292. Já São Paulo se mantém como o maior destino, com 359.223 imigrantes registrados em 2022, o equivalente a 0,8% da população paulista.

O IBGE destaca que o crescimento da imigração tem se concentrado em países do chamado “Sul Global”, como os da América Latina e do Caribe. Segundo os dados, o número de latino-americanos no Brasil subiu de 183.448 para 646.015 entre 2010 e 2022.

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