A Polícia Civil concluiu que o assassinato do professor Jhonathan Silva Simões, de 31 anos, em Formiga (MG), foi premeditado. O principal suspeito é o ex-noivo da vítima, o vereador Lucas Coelho (PSD), de 33 anos, que foi indiciado por homicídio qualificado.
O crime aconteceu em 29 de maio, quando Jhonathan foi baleado seis vezes pelas costas na porta de sua casa. A investigação revelou que o autor do crime esperou por 45 minutos antes de disparar, fugindo em um carro preto sem placas, alugado no mesmo dia. O veículo foi devolvido posteriormente pelo advogado do vereador.
Mensagens extraídas de aplicativos reforçaram a tese de premeditação, mostrando que Lucas havia planejado o ataque com antecedência.
Segundo o delegado Ricardo Augusto de Bessas, a relação entre Jhonathan e Lucas era marcada por conflitos. A situação piorou quando Jhonathan descobriu que havia contraído HIV, alegando que o ex-noivo, soropositivo, não havia informado sobre sua condição antes do início do relacionamento.
Jhonathan havia registrado boletins de ocorrência relatando perseguição, agressões e ameaças. Ele tentou obter uma medida protetiva, mas o pedido foi negado porque, à época, a lei não cobria casais homoafetivos.
Lucas se entregou à polícia no dia 5 de junho, acompanhado por seu advogado, mas optou por ficar em silêncio durante o interrogatório. Desde então, segue preso. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que deve oferecer denúncia contra o vereador.
A Câmara Municipal de Araújos suspendeu o mandato e o salário de Lucas após sua prisão.
