Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras de Jeffrey Epstein, morre por suicídio na Austrália

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Virginia Giuffre (Foto: Reuters)

Virginia Giuffre, uma das mais conhecidas acusadoras do criminoso sexual Jeffrey Epstein, morreu por suicídio aos 41 anos, conforme informou sua família nesta sexta-feira (26). A notícia foi divulgada pela agência Reuters, que também relatou que a morte ocorreu na região de Neergabby, nos arredores de Perth, na Austrália Ocidental, onde Giuffre residia há vários anos.

Em nota enviada por e-mail, a família de Giuffre destacou sua coragem e legado. “Virginia foi uma guerreira feroz na luta contra o abuso sexual e o tráfico sexual. Ela foi a luz que iluminou tantos sobreviventes”, disseram os familiares. “Apesar de toda a adversidade que enfrentou em sua vida, ela brilhou intensamente. Sua ausência será sentida além da medida.”

Segundo a polícia da Austrália Ocidental, os agentes foram chamados na noite de sexta-feira após o relato de uma mulher de 41 anos sem sinais vitais em uma residência rural. As autoridades confirmaram que tentativas de primeiros socorros foram realizadas, mas sem sucesso, e que “não há suspeita de crime” no caso.

Virginia Giuffre ficou mundialmente conhecida por seu papel central nas denúncias contra Jeffrey Epstein. Ela foi uma das primeiras vítimas a exigir a responsabilização criminal do financista, que acabou sendo preso em julho de 2019 sob a acusação de tráfico sexual. Epstein morreu poucas semanas depois, numa cela no Metropolitan Correctional Center, em Nova York, em um caso que o legista classificou como suicídio, mas que continua a gerar teorias de conspiração.

A morte de Epstein gerou anos de especulações sobre a possibilidade de assassinato, motivadas pelas ligações do financista com figuras ricas e poderosas. Em 2024, um grupo de vítimas entrou com uma ação judicial contra o FBI, acusando a agência de encobrir falhas na investigação do caso. Em meio à pressão pública, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — que iniciou seu segundo mandato em 2025 —, prometeu liberar todos os documentos relacionados às acusações contra Epstein. A primeira leva de documentos foi divulgada em fevereiro, mas sem grandes revelações.

Além de Epstein, Giuffre também moveu um processo de grande repercussão contra o príncipe Andrew, membro da família real britânica. Ela o acusava de abuso sexual quando era adolescente, em encontros organizados por Epstein em Nova York e na ilha privada Little St. James. O caso foi encerrado em 2022 com um acordo financeiro cujos termos permaneceram confidenciais.

A saga judicial envolvendo Epstein resultou ainda na condenação da socialite britânica Ghislaine Maxwell, ex-namorada e cúmplice do financista, que cumpre pena de 20 anos de prisão na Flórida por tráfico sexual de menores.

O legado de Virginia Giuffre na luta contra o abuso e o tráfico sexual foi celebrado por ativistas e sobreviventes ao redor do mundo. Sua morte representa uma perda profunda para a comunidade de defesa dos direitos das vítimas, que ela ajudou a dar voz em um dos maiores escândalos sexuais das últimas décadas.

Fonte: Brasil247

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