Vírus adormecidos no corpo podem estar ligados ao Alzheimer, apontam estudos

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O herpes, que causa aquelas feridas no canto da boca e na região genital, fica dormente no corpo e pode ser um gatilho por trás do Alzheimer — Foto: Getty Images

Pesquisas recentes têm explorado uma possível ligação entre vírus comuns e o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Esses estudos sugerem que agentes infecciosos, que permanecem dormentes no corpo por anos, podem desempenhar um papel significativo no desencadeamento da demência. Mas será que é possível eliminar esses patógenos ou evitar sua reativação para proteger o cérebro.

A pesquisadora Ruth Itzhaki, pioneira nesse campo, enfrentou anos de ceticismo e dificuldades para financiar seus estudos. Ela foi uma das primeiras a sugerir que vírus como o herpes simples tipo 1 poderiam estar associados ao Alzheimer. Esse vírus, que afeta cerca de 70% da população, pode permanecer “escondido” no corpo e ser reativado em momentos de baixa imunidade, causando inflamações repetidas no cérebro.

Essas inflamações podem levar ao acúmulo de proteínas beta-amiloide e TAU, que são características do Alzheimer. A teoria sugere que a beta-amiloide pode inicialmente agir como uma defesa contra o vírus, mas, com o tempo, seu acúmulo excessivo prejudica os neurônios, resultando na morte celular e nos sintomas da demência.

O acúmulo de beta-amiloide (em amarelo na ilustração) causa a morte dos neurônios (em azul) — Foto: Getty Images

Estudos recentes trouxeram novas evidências sobre o papel das vacinas na prevenção do Alzheimer. Pesquisadores da Universidade Stanford analisaram dados de uma campanha de vacinação contra o herpes zoster no País de Gales e descobriram que indivíduos vacinados tinham uma probabilidade 3,5% menor de desenvolver demência nos sete anos seguintes. Isso sugere que a vacinação pode impedir a reativação de vírus como o varicela-zoster, reduzindo o risco de inflamações cerebrais.

Além disso, as vacinas podem ter efeitos mais amplos no sistema imunológico, protegendo contra outras doenças. Ensaios clínicos estão em andamento para avaliar o impacto de antivirais e vacinas na prevenção do Alzheimer, oferecendo esperança de novas estratégias para combater a doença.

Embora as evidências sejam promissoras, ainda há muitas perguntas sem respostas. Estudos adicionais são necessários para confirmar a relação entre vírus e Alzheimer e para desenvolver intervenções eficazes. No entanto, se essa ligação for comprovada, isso representará um avanço significativo, pois permitirá a criação de estratégias preventivas baseadas em vacinas e antivirais.

Fonte: Redação

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