Os principais índices de Wall Street fecharam em forte queda nesta segunda-feira (7), pressionados por uma nova rodada de tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pela turbulência causada pelo anúncio de Elon Musk sobre a criação de um novo partido político, o “America Party”.
Quedas generalizadas nos mercados
- Dow Jones: -0,94% (44.406,36 pontos)
- S&P 500: -0,79% (6.229,98 pontos)
- Nasdaq: -0,91% (20.412,52 pontos)
As perdas interrompem uma sequência de recordes históricos registrados na semana anterior, impulsionados por dados robustos do mercado de trabalho.
Tarifas reacendem temores
Trump anunciou tarifas de 25% sobre importações do Japão e da Coreia do Sul, com vigência a partir de 1º de agosto. Ele também ameaçou aplicar uma tarifa adicional de 10% a países que se alinhem com as “políticas antiamericanas” do grupo BRICS.
“O mercado acreditava que o pior das tensões comerciais já havia passado. Mas o retorno das tarifas está reacendendo a apreensão”, explicou Emily Roland, da Manulife John Hancock Investments.
Tesla lidera perdas após anúncio de Musk
As ações da Tesla despencaram 6,8%, a maior queda diária desde 5 de junho, após Elon Musk anunciar a criação de seu próprio partido político. O movimento intensificou a rivalidade com Trump e gerou preocupações sobre a distração do CEO em relação à empresa.
“Os investidores da Tesla estão exaustos com o envolvimento político de Musk”, afirmou Dan Ives, da Wedbush.
Impacto político e fiscal
Além das tarifas, os mercados reagiram ao pacote fiscal sancionado por Trump, o chamado “One Big, Beautiful Bill”, que prevê cortes de impostos e aumento de gastos, com impacto estimado de US$ 3 trilhões no déficit público na próxima década.
Setores mais afetados
Dos 11 setores do S&P 500, 9 fecharam em queda. Destaques negativos:
- Consumo discricionário: -1,25%
- Energia: -1,04%
Setores defensivos como serviços públicos (+0,17%) e bens de consumo básicos (+0,11%) registraram ganhos modestos.
Expectativas para os próximos dias
Os investidores aguardam a divulgação da ata do Federal Reserve na quarta-feira (9), que pode oferecer pistas sobre os próximos passos da política monetária. A probabilidade de manutenção das taxas em julho é de 95%, enquanto as chances de corte em setembro estão em torno de 60%, segundo o CME FedWatch.
A combinação de incertezas políticas, tensões comerciais e volatilidade fiscal reacendeu o nervosismo nos mercados globais. Com novas tarifas previstas para entrar em vigor em agosto, os próximos dias prometem ser decisivos para o rumo de Wall Street.
