Apesar do impacto das tarifas comerciais nos Estados Unidos, o Walmart continua atraindo consumidores em busca de custo-benefício, consolidando sua posição como líder no varejo. A empresa anunciou nesta quinta-feira (21) um crescimento de 4,8% nas vendas em lojas abertas há pelo menos um ano, além de ganho de participação de mercado em todas as faixas de renda, com destaque para o público de renda mais alta.
Segundo o CEO Doug McMillon, os custos vêm aumentando semanalmente devido às tarifas, mas o Walmart está comprometido em manter os preços baixos pelo maior tempo possível. A estratégia tem funcionado: mais da metade das vendas da companhia vêm de alimentos e itens essenciais, o que a torna mais resiliente diante da inflação e da mudança no comportamento de compra dos consumidores.
“O valor ainda está em voga. Essa é a mensagem principal do Walmart”, afirmou o analista Neil Saunders, da GlobalData Retail.
Mesmo com os bons resultados operacionais, as ações da empresa caíram 3% no pré-mercado, após não atingirem as expectativas de lucro dos analistas. Ainda assim, os papéis acumulam alta de 36% no ano.
Target em queda e mudança de liderança
Enquanto o Walmart se fortalece, a Target enfrenta dificuldades. A varejista reportou queda nas vendas pelo terceiro trimestre consecutivo, o que levou suas ações a despencarem 6%. A empresa tem sido uma das piores desempenhos no S&P 500.
O CEO Brian Cornell anunciou que deixará o cargo após 11 anos, em meio a críticas pela retirada de medidas de diversidade e pela queda no desempenho. Ele será substituído por Michael Fiddelke, atual diretor de operações, decisão que gerou controvérsia entre analistas e investidores, que esperavam uma liderança externa.
A Target tem sido mais afetada pelas tarifas por importar cerca de 50% de seus produtos, enquanto o Walmart importa cerca de 33%. Segundo o analista Robert Ohmes, do Bank of America, isso obriga a Target a repassar aumentos de preços em ritmo quase duas vezes maior que o Walmart.
Além disso, a Target mantém um portfólio mais voltado a produtos não essenciais, como itens de decoração, enquanto os consumidores têm priorizado bens básicos diante da inflação persistente.