Xi Jinping e Kim Jong-un Reforçam Aliança em Meio a Tensão Global e Desfile Histórico em Pequim

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(Foto: Reuters)
(Foto: Reuters)

Em um gesto diplomático de alto impacto, o presidente da China, Xi Jinping, recebeu o líder norte-coreano Kim Jong-un nesta quinta-feira (3), em Pequim, marcando o primeiro encontro entre os dois em seis anos. A reunião ocorre em um momento de reconfiguração geopolítica, com destaque para o papel da China diante da crescente aproximação entre Coreia do Norte e Rússia, e das tensões com os Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump.

Durante o encontro, Xi reafirmou o compromisso de Pequim com a “amizade tradicional” entre os dois países, destacando que essa relação estratégica permanecerá firme, independentemente das mudanças no cenário internacional. O líder chinês defendeu o aprofundamento da coordenação em temas regionais e globais, além da troca de experiências em governança partidária e estatal.

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“A China está disposta a fortalecer intercâmbios de alto nível e a comunicação estratégica com a Coreia do Norte”, afirmou Xi, segundo a agência Xinhua.

Kim Jong-un, por sua vez, agradeceu a postura “imparcial” da China em relação à península coreana e expressou o desejo de ampliar a cooperação bilateral, inclusive em fóruns multilaterais como a ONU. O líder norte-coreano também reiterou que a amizade entre os dois países “permanecerá inalterada”.

 Encontro após desfile militar histórico

A visita de Kim à China coincidiu com o desfile militar do “Dia da Vitória”, que celebrou os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. O evento reuniu Xi, Kim e o presidente russo Vladimir Putin em uma demonstração simbólica de unidade entre os três países. A presença conjunta foi interpretada como um recado ao Ocidente, especialmente diante das sanções e disputas comerciais em curso.

Kim foi acompanhado por sua irmã, Kim Yo-jong, e pelo chanceler norte-coreano Choe Son-hui, sendo recebido por autoridades chinesas como o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi.

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 Alinhamento estratégico e desafios nucleares

Apesar do fortalecimento dos laços entre Pyongyang e Moscou — evidenciado pelo pacto de defesa mútua assinado com Putin — a China mantém sua posição favorável à desnuclearização da península coreana. Xi defende uma solução política por meio de diálogo e consultas multilaterais, como as conversações de seis partes, envolvendo China, EUA, Japão, Rússia e as duas Coreias.

No entanto, os testes de mísseis norte-coreanos e o impasse nas relações entre Washington e Pequim, especialmente em relação a Taiwan, têm dificultado avanços diplomáticos. A última proposta de diálogo dos EUA foi rejeitada por Kim Yo-jong, que afirmou que qualquer tentativa de negar o status nuclear da Coreia do Norte seria “totalmente rejeitada”.

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