Zambelli articula candidatura ao Parlamento da Itália

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A deputada federal Carla Zambelli (PL- SP) — Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), permanece foragida na Itália desde o início de junho. Enquanto enfrenta um processo de cassação no Congresso Nacional, Zambelli já discute alternativas para seguir carreira política fora do Brasil, segundo informações divulgadas por sua defesa.

O advogado Fábio Pagnozzi afirmou que, embora o objetivo principal da parlamentar seja comprovar inocência e retornar ao país, Zambelli está aberta a concorrer a uma vaga no Parlamento italiano, utilizando sua dupla cidadania.

Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto. Sua saída do Brasil ocorreu via Foz do Iguaçu (PR), com destino a Roma, onde desembarcou em 5 de junho. A inclusão do nome na lista vermelha da Interpol foi feita após a chegada ao aeroporto, inviabilizando a prisão pela polícia italiana naquele momento.

A Câmara dos Deputados notificou Zambelli por e-mail sobre o início do processo de cassação em 17 de junho. O relator do caso, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), informou que a análise pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) só ocorrerá após o recesso parlamentar. Caso não haja manifestação de defesa, a Câmara pode nomear um defensor público para representá-la, e a decisão será levada ao Plenário, onde são necessários 257 votos para perda do mandato.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL), líder da bancada na Câmara, mencionou a possibilidade de Zambelli exercer funções legislativas durante o dia e retornar ao presídio à noite, em caso de prisão. A defesa reconheceu a viabilidade jurídica da alternativa, mas destacou que depende de decisão judicial.

Zambelli também teve salário cortado pela Câmara, e seu nome passou a integrar uma lista de brasileiras procuradas internacionalmente. A parlamentar arrecadou R$ 285 mil em doações online, mas o STF identificou apenas R$ 2 mil disponíveis em sua conta bancária.

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