A Câmara dos Deputados notificou oficialmente a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) sobre o início do processo de cassação de seu mandato, em decisão que intensifica a crise política envolvendo seu nome. A notificação foi enviada por e-mail nesta terça-feira (17 de junho), com prazo de 72 horas para confirmação de recebimento.
Caso a parlamentar não responda, a Câmara deve prosseguir com o aviso via Diário Oficial, permitindo a continuidade do processo mesmo sem manifestação da deputada.
O procedimento será conduzido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que designou o deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) como relator. Apesar da abertura formal, o presidente da CCJ, Paulo Azil (União-BA), prevê que o debate só comece em julho, podendo se estender até o segundo semestre de 2025.
Zambelli ainda pode apresentar defesa, mas, se não o fizer, o colegiado tem cinco sessões para deliberar e, eventualmente, nomear um defensor público para atuar em seu nome.
A parlamentar está foragida desde que teve a prisão decretada por suposto envolvimento com ataques cibernéticos ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As investigações apontam que ela teria inserido dados fraudulentos com apoio de um hacker.
Zambelli teria embarcado rumo à Europa via Argentina, e seu destino mais provável seria a Itália, país para onde as autoridades rastrearam movimentações recentes do passaporte diplomático. Ela é atualmente procurada pela Interpol em 196 países e foi condenada a 10 anos de prisão pela Justiça brasileira.
Mesmo após análise da CCJ, a decisão final sobre a cassação caberá ao plenário da Câmara, que terá o poder de retirar ou manter o mandato da deputada. Até lá, aliados e opositores acompanham o caso, que pode se tornar um dos episódios mais emblemáticos de ruptura institucional recente no Legislativo brasileiro.
