Zelensky nomeia Yulia Svyrydenko como nova primeira-ministra da Ucrânia em meio à guerra e crise política

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(Foto: Reuters)
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Em um movimento estratégico para enfrentar os desafios da guerra com a Rússia e reorganizar a política interna, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nomeou a economista Yulia Svyrydenko, de 39 anos, como nova primeira-ministra da Ucrânia. A nomeação foi confirmada pelo Parlamento nesta quinta-feira (17), marcando a primeira troca de liderança do governo desde o início da invasão russa em 2022.

Objetivos da nova gestão

Svyrydenko, que ocupava o cargo de ministra da Economia desde 2021, assume com a missão de:

  • Reestruturar os gastos de defesa, que somam cerca de US$ 53 bilhões em 2025
  • Revitalizar a indústria bélica nacional
  • Manter a economia funcionando com apoio de credores internacionais
  • Fortalecer os laços com Washington, especialmente após a posse de Donald Trump

Ela foi peça-chave nas negociações de um acordo que concedeu aos EUA acesso privilegiado às reservas minerais da Ucrânia, o que a tornou uma figura de confiança entre autoridades norte-americanas.

Mudança no Ministério da Defesa

O ex-primeiro-ministro Denys Shmyhal, que ocupava o cargo desde 2020, foi transferido para o Ministério da Defesa, assumindo a pasta mais estratégica do governo. A nomeação é vista como tentativa de trazer mais ordem à área, que enfrenta críticas por má gestão e escândalos de corrupção.

Reações e críticas

Embora a reforma seja considerada necessária, críticos apontam que Zelensky continua concentrando poder em um círculo restrito de aliados. A deputada Iryna Herashchenko ironizou:

“A única inovação é que uma gerente mulher foi adicionada ao banco de Zelensky.”

Além disso, o governo enfrentou desgaste recente ao barrar a nomeação de um chefe de segurança econômica aprovado por comitê internacional, gerando protestos da sociedade civil e do setor empresarial.

Desafios externos e dependência financeira

A Ucrânia estima precisar de US$ 40 bilhões em ajuda internacional em 2026, com risco de déficit de até US$ 19 bilhões. A dependência de recursos externos, somada ao crescimento dos gastos militares, torna a situação fiscal cada vez mais delicada.

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